quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Investimento Municipal

Infelizmente o Brasil ainda é um país subdesenvolvido e governado por mentalidades subdesenvolvidas. A cidade do Rio de Janeiro, sendo desde sempre a vitrine da nação, não poderia ser uma excessão, e o descaso (que por sinal é o sobrenome do atual prefeito e dos atuais vereadores) afetou massivamente o setor financeiro e de investimentos municipais. Estamos vendo diariamente os resultados desse pensamento atrasado e diminuto que nos governa, através dos jornais, das ruas sujas e quebradas, da obra colossal na Barra da Tijuca que custa R$ 450 milhões, das obras do Pan que custaram R$ 3, 5 ou 10 Bilhões (nem o TCU sabe ao certo), e da incrível quantia de R$ 1.5 Bilhão simplesmente parada nos cofres públicos até o ano que vem. Não gosto nem de pensar que até os cofres públicos custam caro para os contribuintes. O prefeito e os vereadores gastaram para construir uma dúzia de prédios o mesmo que os EUA gastam para reconstruir cidades inteiras (mais desenvolvidas também) devastadas por furacões ou enchentes. Enfim, investimento público é sinônimo de prejuízo ou diminuição de fundos e quem perde é a educação, a saúde, a suspensão dos nossos carros, e todos nós que pagamos impostos.
Então o que deve mudar? É simples, existem mil formas para um município pegar o uso de divisas e tranformá-lo em um influxo de capital. O Rio recebe muito dinheiro, muito mesmo, tem uma população muito grande e rica se comparada com o resto do país então a renda dos impostos é alta, tem os royalties do petróleo da Bacia de Campos, tem o dinheiro que é repassado pela União, é capital de um estado e é sede de empresas muito ricas. Com todo esse dinheiro é inadimissível que a cidade não seja capaz de atender às obrigações constitucionais para uma administração pública como a educação, transportes, serviços, etc essas devem ser as prioridades.
Em segundo lugar, o município deve revisar e simplificar os custos, principalmente os bancários. Não é admissível que a cidade tenha tantas contas bancárias e uma burocracia financeira tão grande, isso é ruim para todos pois faz com que o dinheiro acabe indo para o estado ou para a União na forma de taxas e impostos. Veja o pagamento de precatórios por exemplo, é mais fácil simplesmente pegar o dinehiro e queimar já que ninguém vai ver a cor dele, o município tem uma obrigação de pagar, o banco nunca recebe o depósito e a vítima entra na fila. Esse sistema não interessa pra ninguém, o mercado não se beneficia de verbas que não são investidas, o município aumenta o desperdício, e a população senta e chora.
O mais importante é que o município deve acumular e não apenas gastar divisas, e isso só será alcançado se a cidade atuar no mercado de capitais . Por que a cidade não compra títulos do tesouro americano? Por que não investe em ações? Ao invés de agir da pior forma possível que foi uma única operação de valor astronômico com a securitização de recebíveis para conseguir juros menores em pagamentos, o município deveria ter feito como o país inteiro fez, investiu na bolsa.
Lógico que o ente público deve ter privilégios que reduzem ou impossibilitam perdas nesses investimentos, talvez os mesmos que existem no modelo americano, onde em caso de decréscimo no valor dos fundos aplicados, o investidor público pode alternar automaticamente para outra que esteja em alta.
Enfim, já estamos em um momento em que podemos entrar no cenário global, se quisermos ser competitivos, devemos ter uma cidade que funcione e tenha uma base legal e mercadológica forte. Senão, somente outras cidades estrangeiras vão depender cada vez menos da renda dos impostos e o Rio continuará gastando somente com construção civil.

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